A MINHA MÃE
Lembra alvuras de cisne sobre um lago,
A minha vida imaculada e honesta;
Oiço bater meu coração em festa,
Pela bondade e amor que nêle trago.
Do meu orgulho olímpico de mago,
Só o desdém aos meus inimigos resta,
Maior que às folhas mortas da floresta
Que nos meus dedos pálidos esmago.
Mas a piedade enche o meu peito e vem,
Em vez de tão humano e vil desdém,
Ungir meus lábios num perdão divino.
– Julguei ser Deus… E choro de cansaço!
Ó mãe piedosa, embala no regaço,
Meu coração exausto de menino.
In “Alma Nova” – Revista de Ressurgimento Nacional
III Série Nos. 4 a 6 Dezembro – Março 1923
Edição da Emprêsa de Arte e Publicidade “Ressurgimento”
Américo Durão
1894 – 1969
Mantém grafia original
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