OUTRA MADRUGADA
Outra madrugada, outra palavra, outras águas
que, ora violentas, ora serenas, ora
sedentas, como inconstantes graves amantes
descem aos olhos de Laura a violá-los, outros
silêncios, outros lumes, outros medos que ora
glaciais, ora cálidos, ora instáveis,
entre ruínas, delírios e desafios
lançam sobre os olhos a ténue gaze
que os vai delindo e a escurecê-los ousam,
sufocando-lhes, impiedosa, a amplidão
do verde no plaino áspero do tempo, somente os
mudarão em vasos de ouro eterno, acendendo
em Francesco outra maresia, nova seiva,
nova lira, outra ceifa, outra rosa do dia.
In “Nocturnidade”
Campo das Letras – 1999
Orlando Neves
1935 – 2005
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