IMAGEM DE TRÁS-OS-MONTES
Tua imagem, Trás-os-Montes,
– Painel de encanto e beleza:
É lindo altar de horizontes
Onde Deus tem sua mesa!
És formosa Região
Por muitos desconhecida!
Mas que vivem do teu pão
– Que é teu suor, sangue e vida!
Desde o Barroso ao Marão,
Vila Real a Bragança:
São terras de amargo pão
Onde não chega a mudança!
No teu espaço bendito
Há negros véus de tristeza!
Teus colossos de granito
São grito da Natureza!
Ergues a voz, como lança,
Num sonho sem dimensão!
Teu povo perdeu a esp’rança
Do sol da libertação!…
Continuas, tristemente,
Preso aos grilhões do passado!…
Tão escrava é tua gente
Que vive e morre a teu lado!…
Não tens praias nem tens mar
Como certa gente teima:
– Mas tens o sol da montanha
Que também bronzeia e queima!
Tens barragens e tens minas
Que te elevam às alturas!…
Tu, que o País iluminas
– Quase vives às escuras!…
Alto Douro e Trás-os-Montes
Pelos seus dons naturais…
São maravilhosas fontes
De riquezas nacionais!…
Trás-os-Montes, doce apego
Tem por ti meu coração!
Tu és, na paz e sossego:
– Catedral de Solidão!
Reino de Montes e serras,
De giestas e fragal!…
Tu és, com teu rol de terras:
Cabeça de Portugal!
Belver – Carrazeda de Ansiães
Agosto de 1981
In “O Grito das Fragas” – Julho 1983
Edição do Grupo de Acção Recreativa
e Cultural Semente Nova (GARC)
Castro Reis
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