POESIA DE AMOR
Vieram as aves negras em teu nome,
Secas folhas de plátano e de tília...
Amargamente, a fonte segredou-me
Tudo quanto eu sabia
Da sorte de Marília;
E que Dirceu
Poderei ser eu
- Tão infeliz! - nesta prisão sombria.
Ausente embora, continuo
A endereçar-te mil endechas.
Não sei mais nada: sei amor. Assim destruiu,
Pela canção doentia
Coloração das minhas queixas.
Bárbara escrava?
Que me importava?
Além do amor, o meu amor quer melodia.
Cantei às flores do pinho, verde e vivo;
Cantei nas margens verdes das ribeiras.
- Quando hás-de ver que foste só motivo
Para falsas canções tão verdadeiras?
In “Tempestade de Verão”
Guimarães Editores
David Mourão-Ferreira
1927 – 1996
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