ROSA CAÍDA
Rosa caída, quem te cortou?
Quem, da haste frágil,
Te lançou ao caminho
E te abandonou?
Quem de ti se esqueceu
E à sede te condenou?
Vem, levanta-te
Ou serás pisada!
Pés distraídos te calcarão!
Vem, levantar-te-ei
E numa jarra com água
Te colocarei.
Da fonte da vida,
Hás-de beber
E cheia de vida,
Te hei-de ver!
O veludo das pétalas,
Emurchecido, há-de renascer,
Tua cor e perfume,
Alegria irão espalhar
E, de novo, te sentirás viver.
Vem, beberás da água,
Sempre a jorrar
E em canteiro mimoso,
Te irei plantar.
Mãos carinhosas te afagarão
E darás vida a um coração!
In “O Livro da Nena” – Fevereiro de 2008
Papiro Editora
Maria Irene Costa
N. 1951
DEVANEIO
Botão prestes a florescer…
Rosa de pêssego,
Vida a nascer.
Árvore prenhe de Primavera.
Sonhar nos seus ramos
Ornados de hera,
De alegria resplendecer;
Escutar gorjeios,
Assobios e gritos,
Concerto do alvorecer…
Teu corpo a florir,
A onda a subir…
Maré-cheia de anémonas,
Estrela do mar, poesia;
Recifes de corais,
Plâncton, maresia,
Gaivotas gritando nos pinhais…
In “O Livro da Nena” – Fevereiro de 2008
Papiro Editora
Maria Irene Costa
N. 1951
CHUVISCO
Que saudade, meu amor,
Daquela chuva miudinha
Que era tua e era minha,
Que molhava nosso rosto,
Em pleno mês de Agosto!
Hoje deitado à lareira,
Ping, ping na caleira
Contigo ao fogo enlaçado,
Sonho ainda acordado,
Com as lágrimas na folhagem,
Ping, ping, não é miragem
(Que felizes, Deus meu!).
E a chuva miudinha
Continua tua e minha,
Mas já não molha nosso rosto
E não estamos em Agosto!
In “O Livro da Nena” – Fevereiro de 2008
Papiro Editora
Maria Irene Costa
N. 1951
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