Domingo, 25 de Junho de 2023

Recordando... Álvaro de Campos

GOSTAVA DE GOSTAR DE GOSTAR

 

Gostava de gostar de gostar

Um momento... Dá-me de ali um cigarro,

Do maço em cima da mesa de cabeceira.

Continua... Dizias

Que no desenvolvimento da metafísica

De Kant a Hegel

Alguma coisa se perdeu.

Concordo em absoluto.

Estive realmente a ouvir.

Nondum amabam et amara amabam (Santo Agostinho).

Que coisa curiosa estas associações de ideias!

Estou fatigado de estar pensando em sentir outra coisa.

Obrigado. Deixa-me acender. Continua. Hegel...

 

s.d.

 

In “Poesias de Álvaro de Campos”

Editora Ática, 1944 (imp. 1993)

 

 

Álvaro de Campos

 

Heterónimo de Fernando Pessoa (1888-1935)

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Quarta-feira, 1 de Junho de 2022

Recordando... Álvaro de Campos

VENDI-ME DE GRAÇA AOS CASUAIS DO ENCONTRO

      

Vendi-me de graça aos casuais do encontro.

Amei onde achei, um pouco por esquecimento.

Fui saltando de intervalo em intervalo

E assim cheguei a onde cheguei na vida.

Hoje, recordando o passado

Não encontro nele senão quem não Fui...

A criança inconsciente na casa que cessaria,

A criança maior errante na casa das tias já mortas,

O adolescente inconsciente ao cuidado do primo padre tratado por tio,

O adolescente maior enviado para o estrangeiro (mania do tutor novo).

O jovem inconsciente estudando na Escócia, estudando na Escócia...

O jovem inconsciente já homem cansado de estudar na Escócia.

O homem inconsciente tão diverso e tão estúpido de depois...

Não tendo nada de comum com o que foi,

Não tendo nada de igual com o que penso,

Não tendo nada de comum com o que poderia ter sido.

Eu...

Vendi-me de graça e deram-me feijões por troco

Os feijões dos jogos de mesa da minha infância varrida.

 

19-7-1930

 

In “Álvaro de Campos - Livro de Versos” 

Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes

Editora Estampa -1993

 

Álvaro de Campos

 

Heterónimo de Fernando Pessoa (1888-1935)

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Terça-feira, 1 de Junho de 2021

Recordando... Álvaro de Campos

AH A FRESCURA NA FACE DE NÃO CUMPRIR UM DEVER!  

 

Ah a frescura na face de não cumprir um dever!  

Faltar é positivamente estar no campo!  

Que refúgio o não se poder ter confiança em nós!  

Respiro melhor agora que passaram as horas dos encontros,  

Faltei a todos, com uma deliberação do desleixo,  

Fiquei esperando a vontade de ir para lá, que eu saberia que não vinha.  

Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida.  

Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação.  

E tarde para eu estar em qualquer dos dois pontos onde estaria à mesma hora,  

Deliberadamente à mesma hora...  

Está bem, ficarei aqui sonhando versos e sorrindo em itálico.  

É tão engraçada esta parte assistente da vida!  

Até não consigo acender o cigarro seguinte...

Se é um gesto,  

Fique com os outros, que me esperam, no desencontro que é a vida.

 

17-6-1929

In “Poesias de Álvaro de Campos”
Ática, 1944 (imp. 1993) 
Pág. 40

Álvaro de Campos

 

Heterónimo de Fernando Pessoa (1888-1935)

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Terça-feira, 30 de Junho de 2020

Recordando... Álvaro de Campos

A CASA BRANCA NAU PRETA

 

Estou reclinado na poltrona, é tarde, o Verão apagou-se...

Nem sonho, nem cismo, um torpor alastra em meu cérebro...

Não existe manhã para o meu torpor nesta hora...

Ontem foi um mau sonho que alguém teve por mim...

Há uma interrupção lateral na minha consciência...

Continuam encostadas as portas da janela desta tarde

Apesar de as janelas estarem abertas de par em par...

Sigo sem atenção as minhas sensações sem nexo,

E a personalidade que tenho está entre o corpo e a alma...

 

Quem dera que houvesse

Um terceiro estado pra alma, se ela tiver só dois...

Um quarto estado pra alma, se são três os que ela tem...

A impossibilidade de tudo quanto eu nem chego a sonhar

Dói-me por detrás das costas da minha consciência de sentir...

 

As naus seguiram,

Seguiram viagem não sei em que dia escondido,

E a rota que devem seguir estava escrita nos ritmos,

Os ritmos perdidos das canções mortas do marinheiro de sonho...

 

Árvores paradas da quinta, vistas através da janela,

Árvores estranhas a mim a um ponto inconcebível à consciência de as estar

vendo,

Árvores iguais todas a não serem mais que eu vê-las,

Não poder eu fazer qualquer coisa género haver árvores que deixasse de doer,

Não poder eu coexistir para o lado de lá com estar-vos vendo do lado de cá.

E poder levantar-me desta poltrona deixando os sonhos no chão...

 

Que sonhos?... Eu não sei se sonhei... Que naus partiram, para onde?

Tive essa impressão sem nexo porque no quadro fronteira

Naus partem – naus não, barcos, mas as naus estão em mim,

 

E é sempre melhor o impreciso que embala do que o certo que basta,

Porque o que basta acaba onde basta, e onde acaba não basta,

E nada que se pareça com isto devia ser o sentido da vida...

 

Quem pôs as formas das árvores dentro da existência das árvores?

Quem deu frondoso a arvoredos, e me deixou por verdecer?

 

Onde tenho o meu pensamento que me dói estar sem ele,

Sentir sem auxílio de poder para quando quiser, e o mar alto

E a última viagem, sempre para lá, das naus a subir... Não há, substância de

pensamento na matéria de alma com que penso...

Há só janelas abertas de par em par encostadas por causa do calor que já não

faz,

E o quintal cheio de luz sem luz agora ainda-agora, e eu.

 

Na vidraça aberta, fronteira ao ângulo com que o meu olhar a colhe

A casa branca distante onde mora... Fecho o olhar...

 

E os meus olhos fitos na casa branca sem a ver

São outros olhos vendo sem estar fitos nela a nau que se afasta.

E eu, parado, mole, adormecido,

Tenho o mar embalando-me e sofro.

 

Aos próprios palácios distantes a nau que penso não leva.

As escadas dando sobre o mar inatingível ela não alberga.

Aos jardins maravilhosos nas ilhas inexplícitas não deixa.

Tudo perde o sentido com que o abrigo em meu pórtico

E o mar entra por os meus olhos o pórtico cessando.

 

Caia a noite, não caia a noite, que importa a candeia

Por acender nas casas que não vejo na encosta e eu lá?

 

Húmida sombra nos sons do tanque nocturna sem lua, as rãs rangem,

Coaxar tarde no vale, porque tudo é vale onde o som dói.

 

Milagre do aparecimento da Senhora das Angústias aos loucos,

Maravilha do enegrecimento do punhal tirado para os actos,

Os olhos fechados, a cabeça pendida contra a coluna certa,

E o mundo para além dos vitrais paisagem sem ruínas...

 

A casa branca nau preta...

Felicidade na Austrália...

 

11-10-1916

 

In “Poesias de Álvaro de Campos”

Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993)

Pág. 241

 

Álvaro de Campos

 

Heterónimo de Fernando Pessoa (1888-1935)

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Terça-feira, 25 de Junho de 2019

Recordando... Álvaro de Campos

AH, ABRAM-ME OUTRA REALIDADE!

 

Ah, abram-me outra realidade!

Quero ter, como Blake, a contiguidade dos anjos

E ter visões por almoço.

Quero encontrar as fadas na rua!

Quero desimaginar-me deste mundo feito com garras,

Desta civilização feita com pregos.

Quero viver, como uma bandeira à brisa,

Símbolo de qualquer coisa no alto de uma coisa qualquer!

 

Depois encerrem-me onde queiram.

Meu coração verdadeiro continuará velando

Pano brasonado a esfinges,

No alto do mastro da visões

Aos quatro ventos do Mistério.

O Norte – o que todos querem

O Sul – o que todos desejam

O Este – de onde tudo vem

O Oeste – aonde tudo finda

– Os quatro ventos do místico ar da civilização

– Os quatro modos de não ter razão, e de entender o mundo

 

4-4-1924

 

In “Poesia”

Edição de Teresa Rita Lopes

Assírio & Alvim – 2002

 

Álvaro de Campos

 

Heterónimo de Fernando Pessoa (1888-1935)

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Sexta-feira, 1 de Junho de 2018

Recordando... Álvaro de Campos

CONTUDO

 

Contudo, contudo,  

Também houve gládios e flâmulas de cores 

Na Primavera do que sonhei de mim.  

Também a esperança 

Orvalhou os campos da minha visão involuntária,  

Também tive quem também me sorrisse.  

 

Hoje estou como se esse tivesse sido outro.  

Quem fui não me lembra senão como uma história apensa.  

Quem serei não me interessa, como o futuro do mundo.  

 

Caí pela escada abaixo subitamente,  

E até o som de cair era a gargalhada da queda.  

Cada degrau era a testemunha importuna e dura 

Do ridículo que fiz de mim.  

 

Pobre do que perdeu o lugar oferecido por não ter casaco limpo com que aparecesse, 

Mas pobre também do que, sendo rico e nobre, 

Perdeu o lugar do amor por não ter casaco bom dentro do desejo. 

Sou imparcial como a neve.  

Nunca preferi o pobre ao rico,  

Como, em mim, nunca preferi nada a nada.  

 

Vi sempre o mundo independentemente de mim.  

Por trás disso estavam as minhas sensações vivíssimas,  

Mas isso era outro mundo.  

Contudo a minha mágoa nunca me fez ver negro o que era cor de laranja. 

Acima de tudo o mundo externo! 

Eu que me aguente comigo e com os comigos de mim.

 

 

In “Os Grandes Clássicos da Literatura Portuguesa

Fernando Pessoa – Poesia de Álvaro Campos – Vol. II”

Assírio & Alvim e Herdeiros de Fernando Pessoa

(edição de Teresa Rita Lopes), Lisboa, 2002

Da presente edição:

Editora Planeta DeAgostini, S.A. – Lisboa

Colecção dirigida por Vasco Graça Moura

 

Álvaro de Campos

 

Heterónimo de Fernando Pessoa (1888-1935)

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Quarta-feira, 7 de Junho de 2017

Recordando... Álvaro de Campos

NÃO ESTOU PENSANDO EM NADA

 

Não estou pensando em nada

E essa coisa central, que é coisa nenhuma,

É-me agradável como o ar da noite,

Fresco em contraste com o Verão quente do dia.

 

Não estou pensando em nada, e que bom!

 

Pensar em nada

É ter a alma própria e inteira.

Pensar em nada

É viver intimamente

O fluxo e o refluxo da vida...

 

Não estou pensando em nada.

É como se me tivesse encostado mal.

Uma dor nas costas, ou num lado das costas.

Há um amargo de boca na minha alma:

É que, no fim de contas,

Não estou pensando em nada,

Mas realmente em nada,

Em nada...

 

6-7-1935

 

In “Os Grandes Clássicos da Literatura Portuguesa

Fernando Pessoa – Poesia de Álvaro Campos – Vol. II”

Assírio & Alvim e Herdeiros de Fernando Pessoa

(edição de Teresa Rita Lopes), Lisboa, 2002

Da presente edição: Editora Planeta DeAgostini, S.A. – Lisboa

Colecção dirigida por Vasco Graça Moura

 

Álvaro de Campos

 

Heterónimo de Fernando Pessoa (1888-1935)

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Sábado, 25 de Junho de 2016

Recordando... Álvaro de Campos

LISBOA COM SUAS CASAS

 

Lisboa com suas casas

De várias cores,

Lisboa com suas casas

De várias cores,

Lisboa com suas casas

De várias cores...

 

À força de diferente, isto é monótono.

Como à força de sentir, fico só a pensar.

 

Se, de noite, deitado mas desperto,

Na lucidez inútil de não poder dormir,

Quero imaginar qualquer coisa

E surge sempre outra (porque há sono,

E, porque há sono, um bocado de sonho),

Quero alongar a vista com que imagino

Por grandes palmares fantásticos.

Mas não vejo mais,

Contra uma espécie de lado de dentro de pálpebras,

Que Lisboa com suas casas

De várias cores.

 

Sorrio, porque, aqui, deitado, é outra coisa.

À força de monótono, é diferente.

E, à força de ser eu, durmo e esqueço que existo.

 

Fica só, sem mim, que esqueci porque durmo,

Lisboa com suas casas

De várias cores.

 

Poesias de Álvaro Campos

 

In “Fernando Pessoa – Antologia Poética” – 3ª. Edição

Biblioteca Ulisses de Autores Portugueses - Editora Ulisses

Pág. 199

 

Álvaro de Campos

 

Heterónimo de Fernando Pessoa (1888-1935)

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Sábado, 7 de Junho de 2014

Recordando... Álvaro de Campos

CRUZ NA PORTA DA TABACARIA!

 

Cruz na porta da tabacaria!

Quem morreu? O próprio Alves? Dou

Ao diabo o bem-estar que trazia.

Desde ontem a cidade mudou.

 

Quem era? Ora, era quem eu via.

Todos os dias o via. Estou

Agora sem essa monotonia.

Desde ontem a cidade mudou.

 

Ele era o dono da tabacaria.

Um ponto de referência de quem sou.

Eu passava ali de noite e de dia.

Desde ontem a cidade mudou.

 

Meu coração tem pouca alegria,

E isto diz que é morte aquilo onde estou.

Horror fechado da tabacaria!

Desde ontem a cidade mudou.

 

Mas ao menos a ele alguém o via,

Ele era fixo, eu, o que vou,

Se morrer, não falto, e ninguém diria:

Desde ontem a cidade mudou.

 

(14-10-1930)

 

Poesias de Álvaro Campos

 

In “Fernando Pessoa – Antologia Poética” – 3ª. Edição

Biblioteca Ulisses de Autores Portugueses

Editora Ulisses

 

Álvaro de Campos/Fernando Pessoa

1890 – 1935

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Terça-feira, 29 de Junho de 2010

Recordando... Álvaro de Campos/Fernando Pessoa

SONETO JÁ ANTIGO

Olha, Daisy, quando eu morrer tu hás-de
dizer aos meus amigos aí de Londres,
embora não o sintas, tu escondes
a grande dor da minha morte. Irás de

Londres p’ra Iorque, onde nasceste (dizes…

que eu nada que tu digas acredito),
contar àquele pobre rapazito
que me deu tantas horas tão felizes,

 
embora não o saibas, que morri.
mesmo ele, a quem eu tanto julguei amar,
nada se importará… Depois vai dar

a notícia a essa estranha Cecily
que acreditava que eu seria grande...
Raios partam a vida e quem lá ande!

 

 

Poesias de Álvaro Campos

 

In “Fernando Pessoa – Antologia Poética” – 3ª. Edição

Biblioteca Ulisses de Autores Portugueses

Editora Ulisses

 

Álvaro de Campos/Fernando Pessoa

1890 – 1935

 

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