MAL, QUE NAS FAXAS INFANTIS FUI VISTO
Mal, que nas faxas infantis fui visto,
Victima fui de febre torbulenta:
A existência salvei n'essa tormenta,
Para jamais saber aonde existo!
Servem-me as Plantas, d'animais me visto,
D'elles me nutro, a Terra me sustenta;
A agoa me refrigera, o Sol me aquenta,
Sem leve idèa eu ter de tudo isto!
Meu desastre me oprime em taes correntes,
Que só conheço bem trévas, e penas,
Horríveis Sócias minhas, permanentes!
D'este vasto Universo ignoro as Scenas,
Côres, Mar, Terra, Ceo, Plantas, Viventes,
Cousas são de que os nomes sei apenas.
Nota do autor – Foi por effeito d'uma febre maligna,
que eu perdi na infancia a visão.
Antonio Joaquim de Mesquita e Mello
1792 – 1884
In Collecção de Poesias Reimpressas e inéditas
Tomo II – e ultimo. 1861
Porto - Typ. Sebastião José Pereira
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